Como profissionais que precisam estar constituindo-se constantemente, os docentes que participam do IV Congresso Nacional de Educação Notre Dame empreenderam, na noite desta sexta-feira (07), uma reflexão acerca da importância de uma formação que extrapole os aspectos intelectuais e cognitivos. Para tanto, durante o debate “O Professor em Formação: corpo, mente e espírito”, a psicóloga e Doutora em Teologia, Susana Rocca, discorreu sobre os impactos positivos da espiritualidade e do equilíbrio emocional para o bem-estar e a saúde dos indivíduos, enquanto o Doutor em Filosofia da Educação, Silvio Wonsovicz, enfatizou a necessidade desenvolver em si próprio as competências e habilidades que se espera fomentar nos educandos.
Colaboradora do Instituto Humanitas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) – órgão que objetiva buscar respostas para os grandes desafios contemporâneos, a partir de uma visão humanista cristã social, além de participar do debate cultural acerca da sociedade do futuro -, a religiosa detalhou a interligação entre corpo, mente e espírito, justificando quão imperioso é formar-se, contínua, dinâmica e integralmente, frente aos novos contextos e desafios inerentes à vida.
Segundo a autora de “Resiliência, Espiritualidade e Juventude” e organizadora do livro “Sofrimento, Espiritualidade e Resiliência”, a mente não se dissocia do corpo, tanto por uma questão biológica – uma vez que as sinapses, envolvidas em processos como o de aprendizagem, o de formação e o de retomada de memórias, ocorrem fisicamente – quanto pelos reflexos que, por exemplo, a autoestima e a purificação da memória têm sobre o bem-estar físico. De acordo com Susana, é nessa dimensão que a espiritualidade, assim como a resiliência, opera a recuperação e a cura, pois incute novas posturas perante os problemas: a de busca por sentido e a de desprendimento do sofrimento.
O presidente, sócio-fundador e assessor Educacional do Centro de Educação para o Pensar – iniciativa catarinense que promove cursos de aperfeiçoamento e capacitação de professores, desenvolve trabalhos filosóficos com a Educação Básica e elabora fontes bibliográficas para o estudo da Filosofia -, por sua vez, frisou que a educação deve, obrigatoriamente, atender à formação do indivíduo e à base da sociedade.
Para isso, prosseguiu, é preciso que seus agentes imerjam em si mesmos. “Hoje, é imperioso mergulhar em seu próprio interior e autoconhecimento, para vivificar em si próprio a possibilidade que se pretende desenvolver no educando”, afirmou. Afinal, se o século XXI demanda a habilidade de ser colaborativo, de ser empreendedor e de ser ético, para formar estudantes preparados para vivê-lo, os educadores, em sua constante constituição como profissionais, devem priorizar o trabalho pedagógico em equipe, administrar sua formação e enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão, enfatizou o escritor e editor Chefe da Editora Sophos – que publica livros paradidáticos voltados a todo o Ensino Básico, além de periódicos filosóficos.