Com a emoção de quem tem memórias saudosas despertadas, Anna Penido ministrou, na noite desta quinta-feira (06), a conferência de abertura o IV Congresso Nacional de Educação Notre Dame. Cercada pelo complexo educacional do Colégio Notre Dame Passo Fundo, a Jornalista graduada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) – com especialização em Direitos Humanos pela Universidade de Columbia (Estados Unidos) e em Gestão Social para o Desenvolvimento pela UFBA – recordou a infância e a adolescência, quando, em um cenário similar, de instituição de ensino católica, desenvolveu habilidades e valores que a definem com muito mais precisão que a formação acadêmica.
Desde então, empreendedora, líder e solidária são adjetivos atrelados ao nome da ex-coordenadora dos escritórios de São Paulo e de Minas Gerais do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Atualmente, tais características são empregadas na Direção Executiva do Instituto Inspirare – organização que tem como causa a Educação Integral Inovadora – e no Movimento pela Base Nacional Comum – grupo não governamental que, desde 2013, atua para facilitar a construção de uma Base Nacional Comum Curricular de qualidade.
Foi, justamente, com o repertório de quem está engajada em fomentar o desenvolvimento estudantil em todas as suas dimensões, preparando crianças e adolescentes para a vida neste século, que Anna impulsionou os, cerca de, 700 participantes do evento a refletir sobre as demandas educacionais deste novo período histórico.
Durante a conferência “Educação com Propósito e com Sentido?”, enalteceu que a capacidade de proporcionar aos educandos sentimentos de felicidade e bem-estar é, a cada dia, mais desejada pelas famílias. Enquanto isso, prosseguiu, os estudantes esperam ser reconhecidos como indivíduos únicos, ser autores da sua própria construção de saberes, apropriar-se do conhecimento real e estabelecer relações. Nesse contexto, enfatizou, é preciso repensar o que se aprende, como se aprende e em que ambiente se aprende.
Uma grande oportunidade para fazê-lo, segundo Penido, está sendo possibilitada aos docentes e instituições de ensino brasileiros, graças ao debate acerca da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Afinal, o documento, de caráter normativo, define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais, que devem ser construídas ao longo de todo o Ensino Básico, além de estabelecer as competências e habilidades que os educandos devem desenvolver.
São, como afirma Anna – uma das personalidades civis de maior destaque, quando se trata da BNCC, especialmente no que diz respeito às competências gerais nela elencadas -, saberes fundamentais à vida e que refletem a compreensão dos indivíduos como seres multidimensionais – compostos, sim, por intelecto, mas, também, pelos aspectos cultural, emocional, físico e social. Afinal, orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a Base pretende colaborar para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.