Tema foi abordado durante conferência realizada nesta sexta-feira (07), no IV Congresso de Educação Notre Dame
As tecnologias vêm transformando o mundo de forma cada vez mais acelerada e profunda. Vivemos hoje no que muitos denominam a “quarta revolução industrial”, onde se diluem os limites entre o mundo físico, o digital e o biológico.
Mas, como essas tecnologias interferem no cotidiano escolar? Foi, justamente, para debater este assunto, que os participantes do IV Congresso de Educação Notre Dame vivenciaram, na tarde da sexta-feira (07), a conferência “A Tecnologia numa Escola em Transformação”, ministrada pelo professor universitário, pesquisador, conferencista e orientador de Projetos Educacionais Inovadores com Metodologias Ativas, José Manuel Moran.
Ao compartilhar seus conhecimentos com os docentes, Moran destacou que a convergência digital – que há alguns anos é vivenciada, mas que se torna cada vez mais profunda -, afeta as escolas em todas as suas dimensões. Ou seja, impacta na infraestrutura, nos projetos pedagógicos, na formação docente, na mobilidade e nas formas de avaliação.
Além disso, envoltos por todas as mudanças tecnológicas, o perfil dos estudantes também se modifica. As crianças e adolescentes estão cada vez mais multifuncionais, pois têm a capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo, e imediatistas, sem paciência para esperar resultados. No entanto, se adaptam bem às mudanças e, por estarem ligados às tecnologias, são mais criativos.
Desse modo, de acordo com o conferencista, para utilizar a tecnologia como ferramenta para desenvolver a autonomia dos estudantes, os currículos escolares devem explorar, cada vez mais, metodologias que sejam ativas, enfatizando a aprendizagem por experimentação e estimulando a investigação e a resolução de problemas.
Para isso, as escolas podem começar invertendo o que fazem tradicionalmente na sala de aula. A técnica, denominada “aula invertida” é, segundo Moran, uma estratégia ativa e um modelo híbrido, que otimiza o tempo da aprendizagem e do professor. Nela, o conhecimento básico sobre determinados conteúdos fica a cargo do estudante – sempre, claro, com curadoria do docente –, que pode adquiri-los utilizando diferentes plataformas online, como, por exemplo, artigos e videoaulas. Já os estágios mais avançados, de aprofundamento e aplicação de conceitos, são feitos pelo educador, em sala de aula, e por discussões em grupo.
Assim, acontece uma transição da escola-auditório para a escola-laboratório. Ou seja, o estudante deixa de lado o papel passivo, no qual apenas ouve as explicações dos professores, e assume uma postura ativa, pois também partilha conhecimentos, levanta dúvidas e faz novos raciocínios.